Mercado imobiliário cresce em consequência dos juros baixo
O mercado imobiliário no Brasil mostra crescimento, mesmo durante a pandemia da Covid-19, segundo dados mensais da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O melhor resultado do indicador da Abrainc, foi no mês de julho, no qual foram comercializadas mais de 13000 unidades habitacionais no país, gerando um aumento de 58% das vendas na comparação com o ano anterior. Este foi o melhor resultado mensal desde maio de 2014. A economia do Brasil, que ainda se recupera da recessão dos anos de 2014 e 2016, é golpeada pelos efeitos da pandemia e teve o pior resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo semestre de 2020. Entretanto, o setor imobiliário do país escapa de um grande rombo nos números, inclusive com crescimento.
Os dados do Boletim de Conjuntura do Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi/DF) explicam a evolução nos financiamentos no primeiro semestre deste ano em comparação com 2019. Para o Sindicato, o aumento superior a 40% no valor dos financiamentos, se deu por conta da baixa taxa de juros do crédito habitacional aliada a própria pandemia. Como por exemplo, a busca de novos imóveis para adaptação ao trabalho home-office ajudando no crescimento do setor
O crédito imobiliário correspondeu à queda dos juros em 2020, além do mais ultrapassa patamares dos anos anteriores. Os dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram o ritmo acelerado de crescimento e, em julho, melhor mês desde 2015, mais de 36000 unidades foram financiadas no país.

Os juros no Brasil em 2020
A taxa Selic é o indicador básico dos juros da economia do país e serve como parâmetro para definição dos juros cobrados pelas instituições financeiras em empréstimos. A Selic atualmente está em 2% ao ano, a menor desde 1999 quando o Banco Central adotou o método do tripé econômico.
Com a taxa em baixa, o juros e o crédito são impactados pois se torna mais vantajoso pedir um empréstimo nos bancos para comprar uma casa do que pagar mensalmente um aluguel. Simultaneamente, as construtoras e incorporadoras também conseguem com mais facilidade crédito com taxas baixas para lançarem novos empreendimentos imobiliários.
Estímulo do governo
A Caixa econômica Federal modifica a forma dos pagamentos dos financiamentos imobiliários: ao invés da pausa no pagamento, concedido no início da pandemia, pela possibilidade do comprador pagar metade da mensalidade por até 3 meses ou de 50% a 70% da valor por 6 meses.
Dessa forma, os imóveis voltam a ser uma oportunidade de investimento para quem tem recursos, pois as condições para compra estão melhores na comparação com o programa Minha Casa Minha Vida. Sem contar que os financiamentos habitacionais podem ter juros fixos por até 30 anos e a autorização para os bancos lançarem linhas de financiamentos indexadas ao ìndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Participação do mercado imobiliário na economia
O Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) apresenta números favoráveis para o setor. No mês de julho, o financiamento imobiliário atingiu R$9 bilhões, alavancando a economia do país, em meio à pandemia do coronavírus. Foi um aumento de 53% na comparação com o ano anterior. Atualmente, o PIB do setor imobiliário é de R$170 bilhões e a expectativa é que em menos de 10 anos alcance até R$270 bi conforme estudo da Ernst & Young Terco. O número é bem superior do que em países como Estados Unidos e China. No Brasil, o sistema de financiamento imobiliário é considerado mais seguro, impedindo colapsos como ocorrido nos EUA em 2008, por exemplo com a possibilidade de financiar mais de uma vez o mesmo empreendimento.
Desafios no setor
As construtoras ainda enfrentam algumas adversidades na construção de novos empreendimentos como a alta tributação nos produtos, além da morosidade nos processos de licenciamento. Outro fator é o Plano Diretor, realizado pelas prefeituras e necessitam atender essa nova demanda com a disponibilização de novos espaços planejando os deslocamentos da população.
No outro lado estão as imobiliárias, que buscam novas práticas para aproveitar o momento e não ter efeito contrário ao mercado. Os corretores precisam agir como consultores de crédito, a fim de entender as necessidades dos clientes e elaborar estratégias para a efetivação da compra.
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